INTIC participa do debate sobre Inteligência Artificial e as Transformações Universitárias

INTIC participa do debate sobre Inteligência Artificial e as Transformações Universitárias

O Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC) está a participar, desde ontem, 14 de Outubro de 2025, da Conferência Internacional sobre a Inteligência Artificial, que decorre na Universidade Pedagógica (UP), em Maputo. O evento reúne especialistas nacionais e internacionais para debater o impacto da IA no ensino superior, investigação e na transformação das universidades.

Na primeira plenária, com o tema “Inteligência Artificial e as Transformações Universitárias”, a moderação esteve a cargo da Prof. Doutora Arlete Ferrão, docente da UP e doutora em Informática. Participaram como oradores a Prof. Doutora Rosa Vicahti, especialista em Sistemas de Inteligência para o Ensino e Aprendizagem e doutorada em Engenharia Electrónica e Computadores pela Universidade de Coimbra, em Portugal, e o Dr. Ivan Colisson, especialista em Educação.

Durante a mesa redonda, os intervenientes destacaram o papel da IA nas mudanças que se registam nas universidades, particularmente no ensino, aprendizagem, investigação e na gestão académica.

A Professora Arlete Ferrão defendeu que o uso da inteligência artificial deve ser feito de forma consciente e ética. “O mais importante é educar as pessoas sobre como usar estas tecnologias com um propósito crítico”, afirmou.

A Professora Rosa Vicahti acrescentou que a IA, quando bem utilizada, pode contribuir para a redução de desigualdades no acesso ao conhecimento. “Se utilizarmos de forma adequada, estas tecnologias têm o potencial de nivelar oportunidades e aumentar o nível de conhecimento”, disse.

Para o Dr. Ivan Colisson, a inteligência artificial não representa uma ameaça à integridade académica, mas sim um aliado no processo educativo. Na sua intervenção, abordou questões relacionadas com tecnologia, educação, percepções pedagógicas e defendeu que a academia deve estar na linha da frente da transformação digital. “A academia deve liderar a IA. É a IA que questiona quem será o indivíduo de amanhã”, destacou.

Na última plenária do dia, sob o tema “IA no Ensino de Química: Do Tutor à Democratização da Aprendizagem”, a Prof. Doutora Isabel Saúde, licenciada em Química pela Universidade do Porto, destacou o uso de tutores inteligentes e simulações laboratoriais como ferramentas inovadoras que a IA tem trazido ao ensino da Química.

Segundo a oradora, a utilização da inteligência artificial neste campo apresenta vantagens claras no processo de ensino-aprendizagem, facilitando a ligação entre teoria e prática e preparando os estudantes para os desafios tecnológicos dos dias de hoje.

A conferência prossegue nos próximos dias com mais debates sobre o papel da IA na educação e na sociedade em geral, reforçando a necessidade de uma abordagem consciente e estratégica na adopção destas tecnologias em Moçambique.

O Director da Divisão de Governação Digital no INTIC, Eugénio Macumbe considera que estes debates são um grande contributo para as acções em curso com vista a elaboração da estratégia de Inteligência Artificial no país. 

“É preciso olharmos Para a inteligência artificial como um dos grandes aliados para o crescimento sócio económico do país. A indústria da Inteligência Artificial está a crescer em África. De acordo com CIPIT (2023), África tem mais de 2400 organizações a trabalhar na inovação em Inteligência Artificial, destacando-se a sua aplicação em sectores como saúde, agricultura, educação, segurança, serviços de TI, transporte, área legal, energia, entretenimento, conservação do ambiente, entre outros, disse Macumbe.

Macumbe explicou ainda que, apesar dos vários índices de IA colocarem Moçambique abaixo da média e em alguns casos não ser referenciado, o país tem mostrado um despertar animador no que se refere à adopção da IA na promoção de iniciativas voltadas ao desenvolvimento sócio- económico baseado em IA.

“O Governo de Moçambique em várias frentes de actuação humana como, por exemplo, o sector privado e academia têm desenvolvido uma série de iniciativas, como palestras, Workshops, publicação de trabalhos científicos, assim como inovações tecnológicas e de serviços, como tivemos a oportunidade de aferir nesta conferência em que somos co-organizadores, disse Macumbe.

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