INTIC, INCM e UNODC juntam-se para o combate ao ransomware

INTIC, INCM e UNODC juntam-se para o combate ao ransomware

O Instituto Nacional das Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC), o Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) promovem, de 25 a 27 de Novembro de 2025, uma capacitação sobre prevenção de ataques de ransomware e preservação de provas digitais. A formação decorre no Hotel Avenida, na cidade de Maputo. A sessão de abertura foi dirigida pelo Presidente do Conselho de Administração do INTIC, Lourino Chemane, que destacou a importância da preparação, coordenação e resposta conjunta perante ataques capazes de paralisar uma ou várias infra-estruturas críticas do país. A sessao contou ainda com intervenções da Presidente do Conselho de Administração do INCM, Helena Fernandes e Alexandra Fernandes, em representacao ao Antonio Vivo, Chefe do Escritorio do UNODC.No seu discurso, Lourino Chemane salientou que os incidentes de ransomware se tornaram uma das principais ameaças cibernéticas na região, afectando infra-estruturas críticas, instituições governamentais e empresas privadas. Referiu que países como Egipto, África do Sul, Nigéria e Quénia registaram milhares de detecções apenas em 2024, demonstrando a crescente sofisticação destes ataques.Acrescentou que a expansão deste tipo de crime evidencia a transformação do ransomware num modelo de negócio transnacional altamente profissionalizado, que ameaça não só a estabilidade económica, como também a soberania digital dos Estados.No final da sua intervencao, Chemane referiu que “esta capacitação enquadra-se na celebração do mês de Outubro, reconhecido internacionalmente como o Mês da Consciencialização sobre Segurança Cibernética. Moçambique associa-se anualmente a esta iniciativa global, promovendo diversas actividades de educação e disseminação de boas práticas para preparar crianças, jovens, mulheres e toda a sociedade para lidar com ameaças digitais”. A Presidente do Conselho de Administração do INCM, Dra. Helena Fernandes, destacou que a parceria e a determinação entre as instituições são cruciais para o sucesso desta formação. “Esta capacitação reforça o conhecimento, a capacidade colectiva, a prontidão e a resposta a incidentes. Os exercícios são essenciais para criar resiliência nas infra-estruturas críticas e definir metodologias de resposta a possíveis ataques cibernéticos”, afirmou.Por seu turno, a representante do UNODC destacou que a formação é um elemento decisivo para reforçar o ecossistema digital em Moçambique. “A digitalização torna-nos mais rápidos, mais eficientes e mais próximos da população. No entanto, se não for acompanhada de segurança, pode transformar-se num risco existencial”, afirmou.Acrescentou ainda que é essencial garantir redes seguras, sistemas resilientes e equipas preparadas para agir com rapidez e eficácia. “Os ataques de ransomware em África aumentaram mais de 70% entre 2022 e 2024, segundo dados da INTERPOL, e quase 60% das empresas afectadas reportaram interrupções graves nos seus serviços. Já a empresa de cibersegurança Kaspersky registou, no mesmo período, mais de 18 mil tentativas de ataques de ransomware na África Austral, com Moçambique entre os países com crescimento mais acelerado”, referiu.O ransomware, considerado uma das ameaças mais críticas e financeiramente destrutivas da actualidade, actua através da encriptação de dados e sistemas, seguida de exigência de resgates frequentemente pagos em criptomoedas. Por essa razão, mereceu especial destaque nas actividades deste mês de consciencialização. A formação inclui conteúdos sobre prevenção, metodologias de investigação e técnicas de preservação de prova digital durante incidentes, contando ainda com exercícios práticos e simulação de cenários reais. Com duração de três dias, a iniciativa visa fortalecer competências e melhorar a coordenação entre os intervenientes nacionais no combate às ameaças cibernéticas.

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