Geopolítica e Ciberdiplomacia: Diplomacia, Soberania digital, defesa e segurança do ciberespaço

Geopolítica e Ciberdiplomacia: Diplomacia, Soberania digital, defesa e segurança do ciberespaço

O segundo dia da 1.ª Conferência da Semana Internacional de Segurança Cibernética de Moçambique, organizada pelo Instituto Nacional de tecnologias de Informação e Comunicação, (INTIC) e que decorre na Sala de Sessões da Procuradoria-Geral da República em Maputo, foi marcado por um debate profundo sobre a Geopolítica e a Ciberdiplomacia. O primeiro painel do dia abordou temas cruciais, como diplomacia, soberania digital, defesa e segurança do ciberespaço, contando com a presença de importantes especialistas e representantes do sector.

Entre os painelistas estiveram Audrey Mnisi, representante do FIRST, Claudia Manjate, da Vodacom, Carlos Lucas Mamboza, do INEST/UFF, e o keynote speaker Francisco Nina Rente, CEO da Artresilia Portugal.

A discussão girou em torno da importância da soberania digital e da necessidade de uma abordagem integrada para enfrentar os desafios globais da cibersegurança.

Francisco Nina Rente destacou a relevância da soberania digital, sublinhando que este conceito não deve ser visto apenas no âmbito governamental, mas sim como a capacidade do Estado de garantir leis e valores que protejam o ciberespaço.

Segundo ele, é fundamental lutar para preservar a soberania digital, pois os usuários têm direitos que precisam ser respeitados e salvaguardados. Ele defendeu ainda que a soberania digital deve ser entendida como um bem coletivo, em que todos os países devem ter a capacidade de proteger seus sistemas e dados.
Audrey Mnisi, por sua vez, frisou a importância da colaboração internacional na luta contra os crimes cibernéticos, que não respeitam fronteiras.

Ela argumentou que é essencial que os legisladores implementem leis que permitam uma cooperação eficaz entre os países, tornando o combate a crimes cibernéticos mais ágil e eficiente. Mnisi também mencionou a importância da comunicação entre nações, para que a protecção do ciberespaço seja um esforço conjunto.

Claudia Manjate, representando a Vodacom, abordou a soberania digital do ponto de vista da utilização das tecnologias digitais como uma extensão da soberania das nações. Ela ressaltou a necessidade de garantir que os dados sejam armazenados dentro dos países e de investir na construção de um ecossistema digital resiliente. “É preciso capitalizar o que já temos e sermos resilientes. Todos os atores relevantes precisam se preocupar com a protecção da soberania digital”, afirmou Manjate, destacando também a importância da cooperação entre empresas, governos e sociedade para o fortalecimento dessa área.

Carlos Lucas Mamboza, do INEST/UFF, trouxe uma reflexão sobre a interseção entre a geopolítica, a cibersegurança e os crimes digitais. Ele destacou que as ameaças cibernéticas podem ser minimizadas por meio da literacia digital e do investimento em soluções acadêmicas, além da necessidade de um Estado regulador e proativo. “Para Mamboza, a independência digital é essencial, e é fundamental que Moçambique e outros países invistam em capacidades locais para garantir uma resposta rápida e eficaz a incidentes digitais”. Ele ainda alertou para os impactos da desinformação, que contribui para o aumento dos ataques cibernéticos, e sugeriu que o fortalecimento da resiliência nacional deve ser uma prioridade.

O encontro Moderado por Thais Gome da C&A advogados contou com cerca de 150 particionastes, representantes de diferentes instituições publicas e privadas e foi caracterizado por abordagem colaborativa e inclusiva para a Cibersegurança.

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