Empresas devem encarar a segurança cibernética como uma prioridade estratégica

Empresas devem encarar a segurança cibernética como uma prioridade estratégica

O Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC), Lourino Chemane, defende que é essencial que as empresas públicas e privadas passem a encarar a segurança cibernética como uma prioridade estratégica, e não apenas como um custo adicional.
A declaração foi feita recentemente em Maputo, no âmbito do lançamento das actividades de Fiscalização do Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) em instituições públicas e privadas, que decorrem até ao dia 30 de Novembro de 2025.
O INTIC, IP, no âmbito das suas atribuições e competências, está a trabalhar para elevar, de forma contínua e sistemática, a maturidade dos serviços digitais nas diversas instituições, através de procedimentos que devem ser definidos nos instrumentos normativos da área das TIC no país.
O objectivo é supervisionar e fiscalizar o uso das TIC para o aprimoramento contínuo dos processos e procedimentos de trabalho, contribuindo para a adopção das melhores práticas regionais e internacionais nos aspectos técnicos, operacionais, administrativos e legais do uso das TIC, visando uma melhor prestação de serviços públicos ao cidadão.
O trabalho de supervisão e fiscalização tem como objectivos: Fiscalizar e garantir a observância da legislação electrónica e das medidas de certificação, bem como de outras acções que garantam a segurança e integridade dos sistemas e operações informáticas contra eventuais abusos e violações; Supervisionar a implementação e o cumprimento dos instrumentos normativos da área de TIC, aprovados pelo Governo e Sensibilizar, divulgar e promover a aplicação de políticas, padrões, processos e instrumentos normativos com vista a incentivar o uso massivo das TIC, contribuindo para o estabelecimento efectivo da Sociedade de Informação no país.
Segundo o Prof. Lourino Chemane, esta actividade justifica-se pelo facto de o cibercrime se estar a tornar uma das maiores ameaças para empresas, instituições públicas e privadas em África. “A fraca segurança digital e o baixo investimento em protecção cibernética estão a expor sistemas a ataques que causam perdas financeiras significativas e colocam em risco informações sensíveis”, alertou o PCA do INTIC.
De acordo com dados da INTERPOL, cada acto de cibercrime em África pode causar, em média, prejuízos de até 2,7 milhões de dólares americanos. Em 2017, por exemplo, os crimes digitais causaram perdas estimadas em 3,5 mil milhões de dólares às economias africanas, com a Nigéria a perder 649 milhões, o Quénia 210 milhões e a África do Sul 157 milhões de dólares.
“Um dos principais problemas é que muitas empresas investem menos de 1% dos seus orçamentos em segurança cibernética, deixando os seus sistemas vulneráveis”, considerou Chemane.
Outro problema grave, na óptica do dirigente, é o uso de software pirateado ou não licenciado, uma prática comum entre as entidades devido ao elevado custo dos programas oficiais. “Essa prática impede o acesso a actualizações de segurança fornecidas pelos fabricantes, facilitando a entrada de vírus e malwares nos sistemas”, referiu.
Para Chemane, as empresas devem liderar esse processo, assumindo a responsabilidade de investir em segurança digital. “Se não houver investimento sério em segurança cibernética a nível das empresas, os prejuízos poderão a crescer, afectando os negócios, a economia e a confiança dos cidadãos nos serviços digitais”, alertou.

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