Decorre de 8 a 10 de Dezembro, nas instalações do Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM), em Maputo, o workshop regional sobre “Governação de Dados na Era Digital” dirigido aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). A iniciativa, promovida pela Smart Africa com apoio técnico da UNESCO, reúne delegados e parceiros de vários países africanos, com o objectivo de fortalecer a harmonização das políticas digitais, impulsionar a transformação digital no continente e fomentar a implementação efectiva das políticas nacionais de dados. Na abertura do evento, o Administrador Executivo para o Pelouro Técnico-Operacional do INTIC, Eng.º Constantino Sotomane, esteve acompanhado pelo Representante da UNESCO em Moçambique, Michael Croft, e pelo Representante da Smart Africa, Calvain Nangue. No seu discurso, Constantino Sotomane destacou a relevância estratégica da sessão para a construção de um ecossistema de dados fiável, harmonizado e orientado para a inovação, afirmando que nenhum país consegue avançar isoladamente. Sublinhou que o progresso da região depende da acção colectiva, da partilha de conhecimento e de uma implementação coordenada das políticas de dados.

“Queremos igualmente fortalecer os países africanos de língua portuguesa com práticas capazes de partilhar desafios, aprendizagens e soluções. Todos sabemos que a governação de dados exige continuidade, actualização constante e colaboração multisectorial. Ao reunir decisores, reguladores, peritos técnicos, académicos e parceiros internacionais, este workshop cria as condições certas para consolidar essa rede de cooperação”, afirmou Sotomane.

Por sua vez, o Representante da UNESCO em Moçambique, Michael Croft, referiu que o esforço colaborativo entre vários parceiros que se juntam para apoiar a comunidade africana lusófona irá promover práticas éticas, inclusivas e responsáveis na gestão de dados e no uso da inteligência artificial.

Na mesma linha, Calvain Nangue, da Smart Africa, afirmou que o workshop é um testemunho do compromisso conjunto de construir um ecossistema de dados harmonizado e de confiança em todo o continente, um ecossistema que promova a inovação, assegure a privacidade e liberte o pleno valor dos dados para o desenvolvimento sócio-económico.

“Ao reunirmo-nos aqui com representantes de toda a região, somos lembrados de que nenhum país pode avançar sozinho. O nosso progresso depende da acção colectiva, da troca de conhecimentos e da implementação coordenada. Estou certo de que as discussões dos próximos dias serão perspicazes, práticas e transformadoras, abrindo caminho para uma cooperação mais forte e resultados de impacto nos nossos Estados-membros”, afirmou.

Ao término do workshop, espera-se alcançar uma visão política comum baseada na cooperação e na soberania digital; o reforço das capacidades técnicas necessárias às reformas nacionais; a harmonização progressiva de políticas digitais; compromissos de acção traduzidos em planos nacionais e num plano conjunto de capacitação para os países lusófonos; e maior visibilidade internacional para a África de Língua Portuguesa no panorama global da governação digital.

O encontro, que decorre durante três dias, deverá proporcionar debates práticos e transformadores, com vista ao fortalecimento da cooperação e à obtenção de resultados concretos para os Estados-membros.