Um estudo recente, conduzido por Clementina Almeida, psicóloga e autora do blogue “ForBabiesBrain”, e citado pelo Jornal Público de Portugal, lança luz sobre um aspecto pouco explorado do uso excessivo de dispositivos electrônicos: o impacto que isso tem no desenvolvimento das crianças, influenciado diretamente pelas práticas parentais. Enquanto grande parte de estudos tem sido direcionada para os efeitos negativos das tecnologias nas crianças e os pais têm sido deixados em segundo plano, descobertas recentes apontam para uma correlação entre o tempo que os pais passam imersos em dispositivos electrônicos e o desenvolvimento cognitivo e emocional de seus filhos. Segundo o estudo, crianças cujos pais dedicam longos períodos de tempo em smartphones e outros dispositivos tendem a apresentar atrasos em competências cognitivas, como linguagem e raciocínio lógico. Além disso, o impacto se estende à inteligência emocional, crucial para o bem-estar psicológico das crianças. A pesquisa destaca que a falta de comunicação verbal e não-verbal durante o tempo de interacção entre pais e filhos está directamente ligada ao uso excessivo de dispositivos electrônicos pelos adultos. Esse comportamento modelado pelos pais pode ter efeitos duradouros no desenvolvimento das crianças, que aprendem por observação e imitação. Diante dessas descobertas, é crucial que os pais busquem um equilíbrio saudável no uso de tecnologia, reservando momentos específicos para interações sem distrações electrônicas. Medidas simples, como agendar períodos sem telemóvel e estabelecer zonas livres de dispositivos em casa, podem fazer uma grande diferença no desenvolvimento e bem-estar das crianças. Portanto, conscientizar os pais sobre os efeitos do uso excessivo de dispositivos electrônicos pode ser o primeiro passo para promover ambientes familiares mais saudáveis e propícios ao crescimento infantil. É hora de priorizar a qualidade da interacção entre pais e filhos e garantir um futuro mais promissor para as gerações vindouras.
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