Países membros do Fórum Lusófono de Governação da Internet assinam “CARTA DE MAPUTO”

Países membros do Fórum Lusófono de Governação da Internet assinam “CARTA DE MAPUTO”

Encerrou na tarde de ontem, o 3.º Fórum Lusófono da Governação da Internet, que reuniu representantes de países lusófonos e comunidades da língua oficial portuguesa, encontro realizado de 22 a 23 de Setembro de 2025. O encontro culminou com a adopção da Carta de Maputo, documento que consolida compromissos de desenvolvimento e governação da Internet pautados pela diversidade linguística, inclusão digital e cooperação multi-sectorial.

Entre os temas centrais debatidos estiveram o multilinguismo e a importância da Língua Portuguesa como parceira estratégica no ecossistema digital, bem como a necessidade de políticas públicas que protejam a privacidade, promovam a cibersegurança e fortaleçam a identidade digital.

O fórum reiterou o compromisso com a inclusão digital como condição básica para o exercício pleno da cidadania e para o desenvolvimento social e económico das comunidades lusófonas. A agenda discutida abrangeu a regulação de plataformas sociais, a governação de dados, a protecção de dados pessoais, a ética na inteligência artificial e a construção de um ecossistema digital mais resiliente e confiável.

A Carta de Maputo, fruto da deliberação conjunta, está alinhada aos princípios já consagrados nas Cartas de São Paulo (2023) e de Praia (2004), mantendo o foco em uma governação da Internet multi-sectorial, transparente e democrática. O documento reconhece a diversidade linguística como alicerce de uma Internet internacional inclusiva, multipolar e partilhada, com especial ênfase na inclusão digital como direito fundamental.

Principais pontos da Carta de Maputo:

  • Reconhecimento da diversidade linguística e do multi-linguismo como pilares da governança da Internet, com a Língua Portuguesa assumindo papel central no balanço global de idiomas.
  • Compromisso com o desenvolvimento de tecnologias digitais em língua portuguesa e com a incorporação da diversidade linguística na criação de políticas e de IA.
  • Fortalecimento da inclusão digital como motor de soberania e cidadania, com estratégias de acesso equitativo à informação e aos serviços digitais.
  • Incentivo à participação multi-sectorial (governos, sociedade civil, comunidades técnicas, academia e setor privado) em debates sobre regulação de plataformas, IA, cibersegurança e protecção de dados.
  • Enfoque na identidade digital como direito, assegurando privacidade e protecção de dados pessoais, ampliando o acesso aos serviços públicos digitais.
  • Alinhamento com a Declaração Net Mundial +10 e com as Directrizes Multi-sectoriais de São Paulo para promover literacia digital comum em Língua Portuguesa e cooperação entre os Fóruns Locais e programas de jovens.

Ao encerrar a sessão, os organizadores e participantes destacaram a importância de continuar o diálogo multi-sectorial e multi-lingue, bem como a implementação de iniciativas concretas de capacitação em governança da Internet nos países lusófonos.

A Carta de Maputo será apresentada aos respectivos governos e comunidades para formalização e implementação, com acções previstas para consolidar um ecossistema lusófono mais resiliente, seguro e inclusivo.

A conferência encerra assim mais uma etapa da cooperação digital entre os países lusófonos, marcando um novo capítulo na construção de uma governação da Internet que privilegia a diversidade, a ética, a transparência e a participação democrática em todas as esferas.

Comments are closed here.